Bioma Cerrado
O Cerrado é o bioma brasileiro mais antigo e é o segundo maior bioma da América do Sul (perdendo somente para o bioa Amazônico) e ocupa a região central do Brasil com 2.000.000 km² (Brasil, 2015), cerca de 23% do território do Brasil, porém nos últimos 35 anos mais da metade dessa área já foi desmatada principalmente pela agricultura e pastagem (IBGE, 2004; Klink e Machado, 2005).
O Cerrado possui a mais rica flora dentre as savanas do mundo (>7.000 espécies), com alto nível de endemismo de todos os grupos animais e as taxas de desmatamento neste Bioma têm sido historicamente superiores às da floresta Amazônica, tornando o Cerrado em um hotspot para a conservação da biodiversidade mundial (Klink e Machado, 2005). No Cerrado também se encontram as cabeceiras das principais bacias hidrográficas do Brasil (Araguaia, Tocantins, Xingu, Tapajós, Paraguai e São Francisco).
O esforço de conservação do bioma em Unidades de Conservação (UCs) é de 8.7% de seu território e, desse total, apenas 3,2% são UCs de Proteção Integral e 5,5% de Uso Sustentável (Brasil, 2018 - link nas referências). Dentro dessas áreas conservadas estima-se que 20% das espécies ameaçadas de extinção ou endêmicas não ocorram nas áreas legalmente protegidas (Klink e Machado, 2005).
A principal marca do bioma Cerrado são seus arbustos e árvores de galhos retorcidos com troncos com casca espessa (adaptado às queimadas naturais) e o clima bem definido, com o verão chuvoso e quente e os invernos seco e frio (Ribero e Walter, 1998). Essas peculiaridades da flora se devam à falta de alguns micronutrientes específicos e não à falta de água necessariamente, já que o solo é muito profundos, antigos e com poucos nutrientes. Por isso, o Cerrado é considerado uma floresta invertida. Devido à essas características todas, as plantas possuem uma proporção de raízes 10 vezes maior do que seu dossel, para poder atingir o profundo lençol freático.
