Família Hylidae
Pererecas

Pererequinha-do-brejo

Dendropsophus jimi

(Napoli & Caramashi, 1999)

Outros nomes: Pererequinha-de-jim

Endêmico do Cerrado Comum
Veredas
Campo Rupestre
Campo Aberto
Ocorrência
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez

É uma espécie de pequeno porte e pertence ao grupo rubicundulus, composto por espécies com padrão dorsal caracterizado por duas listras marrons que se estendem das bordas posteriores das órbitas até quase o meio do corpo, seguidas por uma única tira sacral da mesma cor. O nome da espécie homenageia o Dr. Jorge Jim, em reconhecimento à sua contribuição para o conhecimento dos anuros brasileiros A espécie é encontrada vocalizando em partes superiores da grama (acima de 1 metro de altura) e habita nascentes, córregos e poças permanentes de áreas abertas. Seu padrão reprodutivo é prolongado, com os machos vocalizando de outubro a fevereiro, e os girinos sendo abundantes ao longo de toda a estação chuvosa. D. jimi apresenta um modo reprodutivo tipo 1, no qual os ovos e girinos são exotróficos e ocupam corpos d’água lênticos . A espécie é endêmica do bioma Cerrado e enfrenta ameaças devido ao uso de recursos biológicos (extração de madeira) e alterações no sistema natural (supressão de fogo, barragens e manejo de recursos hídricos).

Onde encontrar

A espécie pode ser encontrada em áreas abertas, como nascentes, córregos e poças permanentes, geralmente em ambientes de grama alta, acima de 1 metro. Os machos vocalizam entre outubro e fevereiro, sendo mais facilmente observados durante esse período.

Diagnose

É caracterizada pelo pequeno tamanho (17,6-20,9 mm para machos e 20,6-22,6 mm para fêmeas), coloração dorsal esverdeada com duas faixas paralelas e irregulares, de cor marrom, que se iniciam no canto posterior do olho e seguem até o meio do corpo. A cabeça é mais longa que larga, o tímpano é pequeno, porém evidente, e as mãos possuem discos digitais pequenos, com membrana interdigital pouco desenvolvida. Em coleções científicas, os indivíduos preservados apresentam coloração dorsal rosa com as listras marrons, o canto do olho delimitado por uma faixa branca acima e uma faixa marrom abaixo, e flancos com uma faixa marrom dorsolateral.

Curiosidades

  1. Amplexo

    O amplexo de D. jimi é do tipo axilar, onde o macho usa as patas dianteiras para segurar a fêmea na região peitoral. O número de ovos varia de 400 a 500 em média.

  2. Competição entre machos

    Machos de D. jimi competem pelos melhores poleiros, realizando uma divisão de habitat entre si. Os indivíduos com melhores condições corporais ocupam os poleiros mais altos.

  3. Padrões dorsais

    A espécie apresenta uma grande variedade de padrões dorsais, que podem variar entre diferentes localidades. Esses padrões estão ilustrados abaixo, com base no estudo de Napoli M & Caramaschi U. (1999) no artigo "Variation and description of two new Brazilian Hyla of the H. tritaeniata complex (Amphibia, Anura, Hylidae). Boletim do Museu Nacional, 407:1-11".

Referências

  1. Pombal Jr, J. P., & Haddah, C. F. B. (2007). Estratégias e modos reprodutivos em anuros. In: Nascimento, L. B., & Oliveira, M. E. Herpetologia no Brasil II. Sociedade Brasileira de Herpetologia, 354.

  2. Napoli, M., & Caramaschi, U. (1999). Variation and description of two new Brazilian Hyla of the H. tritaeniata complex (Amphibia, Anura, Hylidae). Boletim do Museu Nacional, 407, 1-11.

  3. Kopp, K., Signorelli, L., & Bastos, R. P. (2010). Distribuição temporal e diversidade de modos reprodutivos de anfíbios anuros no Parque Nacional das Emas e entorno, estado de Goiás, Brasil. Iheringia, Série Zoologia, 100(3), 192-200.

  4. Juliano, R. (2007). Distribuição espacial e temporal de uma comunidade de anuros do município de Morrinhos, Goiás, Brasil (Amphibia: Anura). Neotropical Biology and Conservation, 2(1), 21-27.

  5. Faivovich, J., Haddad, C., Garcia, P. C. A., & Frost, D. (2005). Systematic review of the frog family Hylidae, with special reference to Hylinae: Phylogenetic analysis and taxonomic revision. Bulletin of the American Museum of Natural History.

  6. Santoro, G., & Brandão, R. (2014). Reproductive modes, habitat use, and richness of anurans from Chapada dos Veadeiros, central Brazil. North-Western Journal of Zoology, 10(2), 365-373.

Anfíbios dos Veadeiros

  • Anfíbios dos Veadeiros

Um projeto batráquio!