Família

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Rara
Ocorrência
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Espécie de pequeno porte, Leptodactylus tapiti é endêmica do Cerrado e conhecida apenas da sua localidade-tipo, em Alto Paraíso de Goiás, no estado de Goiás. Embora os autores não expliquem o significado do nome "tapiti", essa é uma palavra de origem indígena usada para se referir a coelhos. É possível que o nome tenha sido escolhido por analogia ao comportamento escavador da espécie, semelhante ao observado em Leptodactylus cunicularius. Os machos vocalizam a partir do solo, frequentemente na entrada de tocas que eles mesmos cavam. Aparentemente, formam coros sincronizados durante a vocalização. A reprodução ocorre na estação chuvosa; os girinos são depositados nas tocas e, após a eclosão, deslocam-se pelo solo úmido até atingirem riachos temporários. A espécie é sensível ao fogo provocado, pois alterações na vegetação próxima a corpos d’água afetam diretamente seus sítios reprodutivos.

Onde encontrar

É uma espécie muito restrita, conhecida apenas da Chapada dos Veadeiros (GO), onde pode ser encontrada em áreas abertas do Cerrado, próximas a riachos temporários. Vive em tocas no solo, construídas por ela mesma, onde também ocorre a vocalização e a reprodução.

Diagnose

O focinho dos machos adultos é espatulado, e há poucas espinhas visíveis na região do peito. Uma glândula bem desenvolvida está presente na base do braço. Uma faixa esbranquiçada se estende da base do braço até a ponta do focinho. A listra do lábio superior pode ser uniforme ou irregular. O dorso apresenta pregas dorsais contínuas, sinuosas e distintas, além de dobras laterais. As coxas posteriores possuem uma faixa clara ou linha de pequenas manchas brancas. As pernas apresentam dobras longitudinais estreitas e interrompidas, destacadas por pontos claros. Os dedos não têm margens laterais. Alguns indivíduos mostram uma série de pontos brancos nas coxas posteriores. O dorso exibe uma evidente linha vertebral branca.

Curiosidades

  1. Vocalização sincronizada

    Durante o período reprodutivo, machos formam coros com vocalizações aparentemente sincronizadas, comportamento raro entre anuros do Cerrado.
  2. Reprodução subterrânea

    A espécie constrói e utiliza tocas escavadas no solo como local para vocalização, acasalamento e depósito dos girinos — uma estratégia que protege os ovos e as larvas do ressecamento.
  3. Ameaças

    Apesar de sua capacidade de escavação e comportamento críptico, L. tapiti é altamente vulnerável a incêndios, que alteram drasticamente a estrutura da vegetação usada como abrigo e sítio reprodutivo.

Referências

  1. Heyer, R., Silvano, D., Colli, G. (2004). Leptodactylus tapiti. In: IUCN 2010. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2010.4. Disponível em: . Acesso em: 26 mai. 2011.

  2. Machado, A. B. M. (2005). Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: incluindo as listas das espécies Quase ameaçadas e as Deficientes em dados. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas.

  3. Sá, R. O., Grant, T., Camargo, A., Heyer, W. R., Ponssa, M. L. & Stanley, E. (2014). Systematics of the Neotropical genus Leptodactylus Fitzinger, 1826 (Anura: Leptodactylidae): Phylogeny, the relevance of non-molecular evidence, and species accounts. South American Journal of Herpetology, 9(Spec. Issue 1), S1–S128.

  4. Brandão, R. A., Alvares, G. F. R., & Sá, R. O. (2013). The advertisement call of the poorly known Leptodactylus tapiti (Anura, Leptodactylidae). Zootaxa, 3616, 284–286.

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