Essa rã faz parte do grupo “fuscus”. Seu nome vem do grego mystax, mystakos, que significa bigode no lábio superior, em referência à faixa clara acima da boca. Os machos constroem tocas onde vocalizam para atrair fêmeas, que depositam os ovos em ninhos de espuma dentro delas. São encontradas tanto em ambientes florestais quanto em áreas abertas, sobre o solo, abaixo do folhiço, próximas ou dentro das tocas. Ativas nos meses quentes e úmidos, no início da estação chuvosa. Alimentam-se predominantemente de insetos. A espécie é amplamente distribuída: ocorre no Peru, Equador, Bolívia, Venezuela, Guianas, Suriname, Colômbia e em diversas regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste). Não está ameaçada de extinção, graças à sua ampla distribuição e tolerância às modificações da paisagem.
Onde encontrar
Durante o período chuvoso, pode ser encontrada em áreas abertas ou florestadas, no chão, sob folhas e perto ou dentro de tocas cavadas no solo. Esses abrigos são usados principalmente por machos durante o período reprodutivo. No Cerrado, ocorre em locais com solo arenoso e bem drenado, e é possível escutá-los vocalizando no início da estação das chuvas.
Diagnose
Espécie de médio porte, identificada pela presença de uma barra suborbital escura que vai do focinho até a região posterior ao tímpano, e uma faixa labial branca logo abaixo. A membrana supratimpânica é bastante desenvolvida. Possui tubérculos na parte posterior do tarso e na superfície dorsal da tíbia. Coloração geralmente uniforme, variando em tons de castanho.
Curiosidades
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O sapo que cava túneis!
As tocas construídas pelos machos têm formato elíptico e medem cerca de 5 cm de profundidade, 4 cm de altura e 4 cm de largura. Quando abandonadas ou destruídas, essas tocas erodem com o tempo e se conectam umas às outras, formando verdadeiras galerias subterrâneas! Já foram encontradas galerias com até um metro de comprimento, permitindo que os animais se desloquem com segurança por baixo da terra.
Referências
- Toledo, L. F., Zina, J. & Haddad, C. F. B. (2003). Distribuição espacial e temporal de uma comunidade de anfíbios anuros do Município de Rio Claro, São Paulo, Brasil. Holos Environment, 3(2), 136-149.
- Toledo L. F., Castanho L. M., Haddad C. F. B. (2005). Recognition and distribution of Leptodactylus mystaceus (Anura; Leptodactylidae) in the State of São Paulo, Southeastern Brazil. Biota Neotropica, 5(1), 57-62.
- Heyer, W. R. (1978). Systematics of the fuscus group of the frog genus Leptodactylus (Amphibia, Leptodactylidae). Science Bulletin, Natural History Museum of Los Angeles County, 29, 1–85.
- Maffei, F., Ubaid, F. K., & Jim, J. (2011). Anfíbios da Fazenda Rio Claro, Lençóis Paulista, SP, Brasil. Bauru: Editora Canal.
- Maffei, F., & Ubaid, F. K. (2014). Amphibians of Rio Claro Farm, Lençóis Paulista, São Paulo, Brazil. Bauru, SP: Canal 6.
