Physalaemus centralis pertence ao grupo cuvieri, mas possui características morfológicas e comportamentais que a tornam facilmente distinguível. É frequentemente encontrada camuflada no solo durante o período reprodutivo, quando os machos vocalizam próximos a poças temporárias. A espécie apresenta reprodução explosiva e deposita seus ovos em ninhos de espuma diretamente na água. Os machos são territorialistas e defendem seus territórios vocais com cantos específicos e, em alguns casos, com agressões físicas. Possui saco vocal enegrecido e se alimenta principalmente de insetos. A distribuição da espécie abrange áreas abertas do Cerrado brasileiro e do Chaco, ocorrendo desde o nordeste do Paraguai e Bolívia até o Centro-Oeste brasileiro, com registros também no Nordeste e Sudeste. Não é considerada ameaçada, mas sofre pressões locais devido à urbanização e à expansão agropecuária.
Onde encontrar
É comum em áreas abertas e campos úmidos do Cerrado e do Chaco, incluindo poças temporárias em regiões antropizadas. Vocaliza principalmente ao nível do solo, geralmente bem camuflado entre a vegetação ou no barro.
Diagnose
Espécie de tamanho moderado, com comprimento rostro-cloacal (CRC) de até 39,2 mm nos machos e 38,1 mm nas fêmeas. Apresenta uma faixa marrom escura que se estende do focinho até os flancos. Embora semelhante a Physalaemus cuvieri, pode ser diferenciada pelo maior tamanho corporal e pela presença de ocelos escuros na região próxima à
Curiosidades
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Canto e combate
Machos mantêm territórios vocais bem definidos. Quando outro macho se aproxima a menos de 1,5 metro, inicia-se uma série de cantos territoriais. À medida que a distância diminui, o canto muda, tornando-se mais agressivo. Se a distância chega a 0,1 metro e não há recuo, ocorre um combate físico: os machos se agarram em posição ventre-a-ventre e rolam até que um desista. Observações de campo indicam que, nessas disputas, o macho residente geralmente vence. -
Reprodução explosiva
Durante a estação chuvosa, grandes grupos reprodutivos se formam rapidamente. Os ovos são depositados em ninhos de espuma, que protegem os embriões até a eclosão dos girinos.
Referências
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Frost, D. R. (2018). Amphibian Species of the World: an Online Reference. Version 6.0. American Museum of Natural History, New York, USA. Disponível em: http://research.amnh.org/herpetology/amphibia/index.html
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Brasileiro, C. A. & Martins, M. (2006). Breeding biology of Physalaemus centralis Bokermann, (Anura: Leptodactylidae) in southeastern Brazil. Journal of Natural History, 40(17–18), 1199–1209.
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Brasileiro, C.A. (1998). Physalaemus centralis: male–male combat. Herpetological Review, 29, 165.
