Família Leptodactylidae
Rãs

Rã-fantasma

Physalaemus centralis

(Bokermann, 1926)

Outros nomes: Rã-gatinho, Rã-ingá

Endêmico do Cerrado Muito comum
Mata de Galeria
Cerrado
Veredas
Campo Rupestre
Campo Aberto
Áreas Antrópicas
Ocorrência
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez

Physalaemus centralis pertence ao grupo cuvieri, mas possui características morfológicas e comportamentais que a tornam facilmente distinguível. É frequentemente encontrada camuflada no solo durante o período reprodutivo, quando os machos vocalizam próximos a poças temporárias. A espécie apresenta reprodução explosiva e deposita seus ovos em ninhos de espuma diretamente na água. Os machos são territorialistas e defendem seus territórios vocais com cantos específicos e, em alguns casos, com agressões físicas. Possui saco vocal enegrecido e se alimenta principalmente de insetos. A distribuição da espécie abrange áreas abertas do Cerrado brasileiro e do Chaco, ocorrendo desde o nordeste do Paraguai e Bolívia até o Centro-Oeste brasileiro, com registros também no Nordeste e Sudeste. Não é considerada ameaçada, mas sofre pressões locais devido à urbanização e à expansão agropecuária.

Onde encontrar

É comum em áreas abertas e campos úmidos do Cerrado e do Chaco, incluindo poças temporárias em regiões antropizadas. Vocaliza principalmente ao nível do solo, geralmente bem camuflado entre a vegetação ou no barro.

Diagnose

Espécie de tamanho moderado, com comprimento rostro-cloacal (CRC) de até 39,2 mm nos machos e 38,1 mm nas fêmeas. Apresenta uma faixa marrom escura que se estende do focinho até os flancos. Embora semelhante a Physalaemus cuvieri, pode ser diferenciada pelo maior tamanho corporal e pela presença de ocelos escuros na região próxima à cloaca . O macho possui um saco vocal visivelmente enegrecido.

Curiosidades

  1. Canto e combate

    Machos mantêm territórios vocais bem definidos. Quando outro macho se aproxima a menos de 1,5 metro, inicia-se uma série de cantos territoriais. À medida que a distância diminui, o canto muda, tornando-se mais agressivo. Se a distância chega a 0,1 metro e não há recuo, ocorre um combate físico: os machos se agarram em posição ventre-a-ventre e rolam até que um desista. Observações de campo indicam que, nessas disputas, o macho residente geralmente vence.
  2. Reprodução explosiva

    Durante a estação chuvosa, grandes grupos reprodutivos se formam rapidamente. Os ovos são depositados em ninhos de espuma, que protegem os embriões até a eclosão dos girinos.

Referências

  1. Frost, D. R. (2018). Amphibian Species of the World: an Online Reference. Version 6.0. American Museum of Natural History, New York, USA. Disponível em: http://research.amnh.org/herpetology/amphibia/index.html

  2. Brasileiro, C. A. & Martins, M. (2006). Breeding biology of Physalaemus centralis Bokermann, (Anura: Leptodactylidae) in southeastern Brazil. Journal of Natural History, 40(17–18), 1199–1209.

  3. Brasileiro, C.A. (1998). Physalaemus centralis: male–male combat. Herpetological Review, 29, 165.

Anfíbios dos Veadeiros

  • Anfíbios dos Veadeiros

Um projeto batráquio!