Família Hylidae
Pererecas

Perereca-do-planalto

Pithecopus oreades

(Brandão, 2002)

Endêmico do Cerrado Pouco comum
Campo Rupestre
Ocorrência
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez

Essa espécie também chama muito a nossa atenção, não é mesmo? O padrão de coloração é bastante semelhante ao de P. hypochondrialis do post anterior, com uma malha reticulada preta e vermelho-alaranjada nas partes ocultas dos flancos, coxas e braços. No entanto, essa espécie apresenta a malha reticulada de forma circular, ao contrário do padrão tigrado encontrado em P. hypochondrialis. Ela habita a vegetação ripária e arbustiva dos riachos temporários de solo rochoso, em regiões de drenagens secundárias, situadas nas encostas do Planalto Central Brasileiro. Os machos cantam em poleiros que vão de 0,20 a 1,50 metros de altura, e os ninhos são colocados em folhas pendentes de Melastomataceae, acima da lâmina d'água, com um número reduzido de ovos (aproximadamente 30 ovos por ninho). Sua reprodução é de tipo médio-explosiva, ocorrendo nos três primeiros meses de chuva. P. oreades é restrita às áreas abertas de Campo Rupestre, em altitudes acima de 900 metros, o que a torna fortemente ligada à preservação desses ambientes sensíveis e raros na paisagem do Cerrado.

Onde encontrar

P. oreades é encontrada exclusivamente em áreas abertas e rupestres, em altitudes superiores a 900 metros no Planalto Central Brasileiro. A espécie ocorre em regiões de drenagens secundárias, com vegetação ripária e arbustiva associada a riachos temporários de solo rochoso. Essas áreas são geralmente localizadas nas encostas do Cerrado, em locais específicos dentro do Distrito Federal e Goiás.

Diagnose

Esta espécie apresenta um padrão de malha reticulada, com coloração preta ou roxa escura, formando manchas e ocelos de cor alaranjada, presente também nas partes anteriores e posteriores das coxas e braços. Possui um padrão reticulado nos flancos, com cor creme na parte superior dos membros e na maxila. Os dedos internos das mãos são oponíveis aos dedos laterais, adaptados à vida arbórea, e a membrana interdigital está ausente tanto nas mãos quanto nos pés. Seu tamanho é médio, com pequenas almofadas nos dedos, cabeça curta e estreita, focinho vertical em vista lateral, borda externa do lábio superior não completamente visível dorsalmente e ventosas altamente granuladas. Pode ser distinguida de P. hypochondrialis por seu padrão reticulado nos flancos, membros e maxila, além de apresentar olhos menores em comparação com a cabeça, ausência de linha branca supra-maxilar e uma membrana timpânica maior e mais evidente.

Curiosidades

  1. Mitologia

    Na mitologia grega, as oréades são ninfas que vivem nos campos e montanhas. Além disso, "oréades" foi o nome dado à região fitogeográfica do Brasil Central, segundo a classificação proposta pelo botânico alemão Carl Friedrich Philipp von Martius em 1840.

Referências

Caramaschi, U. L. (2006). Redefinição do grupo de Phyllomedusa hypochondrialis, com redescrição de P. megacephala (Miranda-Ribeiro, 1926), revalidação de P. azurea Cope, 1862 e descrição de uma nova espécie (Amphibia, Anura, Hylidae). Arquivos do Museu Nacional, 64(2), 159-179.

Brandão, R. A. (2002). A new species of Phyllomedusa Wagler, 1830 (Anura: Hylidae) from central Brazil. Journal of Herpetology, 36(4), 571-578.

Brandão, R. A., Álvares, G. F., Crema, A., Zerbini, G. J. (2009). Natural History of Phyllomedusa centralis (Anura: Hylidae: Phyllomedusinae): Tadpole and Calls. South American Journal of Herpetology, 4(1), 61-68.

Del Prette, A. C., Magalhães, R. F., Lemes, P., Pezzuti, T. L., Strüssmann, C., Oswald, C. B., Oliveira, J. C., Santos, F. R., & Brandão, R. A. (2024). Combining predictive distribution methods and life history to reduce geographic distribution shortfalls for two rocky Cerrado endemic leaf frogs. Journal for Nature Conservation, 82, 126731

Anfíbios dos Veadeiros

  • Anfíbios dos Veadeiros

Um projeto batráquio!