Família Leptodactylidae
Rãs

Sapo-forneiro

Leptodactylus furnarius

(Sazima & Bokermann, 1978)

Endêmico do Cerrado Comum
Cerrado
Áreas Antrópicas
Ocorrência
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez

O sapo-forneiro (Leptodactylus furnarius) é uma espécie de porte médio, terrestre, noturna e insetívora . O seu nome científico vem do latim furnarius, que significa “oleiro”, em referência ao hábito de construir ninhos com formato semelhante ao de um forno. Os machos vocalizam do início das chuvas, em outubro, até abril, geralmente empoleirados em lagos temporários ou canais de drenagem próximos a gramíneas com menos de um metro de altura. A reprodução ocorre em campos alagáveis, próximos a lagos e brejos, permanentes ou temporários. Os machos cavam pequenos túneis subterrâneos que servem como locais de vocalização e de nidificação. Os ovos são depositados em câmaras subterrâneas e, após a eclosão, os girinos são levados pela água da chuva até os lagos. A espécie apresenta o modo reprodutivo tipo 30, em que o ninho de espuma com ovos e estágios larvais iniciais é construído em câmaras subterrâneas; após a inundação, os girinos exotróficos se desenvolvem em corpos d’água lênticos . Os machos diferenciam-se das fêmeas pela coloração mais escura na região gular e pelo focinho em forma de pá. A espécie possui ampla distribuição, ocorrendo em áreas abertas, no solo, próximas a corpos d’água. Há registros nos estados da Bahia, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal. Em Goiás, já foi encontrada nos municípios de Minaçu, Alto Paraíso e Mineiros. Entre as principais ameaças estão a exploração madeireira, a construção de reservatórios hidrelétricos e a fragmentação do habitat causada pela expansão agropecuária.

Onde encontrar

Fácil de observar durante a estação chuvosa (outubro a abril), quando os machos cantam empoleirados em vegetação baixa, próxima a áreas alagáveis e canais de drenagem. Procure por sua vocalização característica próximo ao anoitecer, em locais com solo arenoso.

Diagnose

Corpo com uma linha dorsal branca que vai do focinho até a cloaca . Apresenta pelo menos três pares de linhas irregulares dorsolaterais de coloração bege com manchas pretas; a última linha começa atrás dos olhos e segue até os flancos . As linhas dorsolaterais variam do bege ao marrom-escuro, com pequenas manchas pretas. O lábio superior exibe uma faixa bege que vai do focinho até o tímpano.

Curiosidade

  1. Como o macho constrói seu ninho subterrâneo?

    No início da escavação, o macho ergue a parte posterior do corpo e, com o focinho, empurra a terra à sua frente. Ele utiliza a cabeça como pá para ampliar a entrada da câmara e, ocasionalmente, usa as mãos para remover a terra. Poucos minutos após o início, o macho desaparece dentro da câmara escavada.

Referências

  1. Baldo, D., Tomatis, C., & Segalla, M. V. (2008). Amphibia, Anura, Leptodactylidae, Leptodactylus furnarius: New country record, geographic distribution map and advertisement call. Check List, 4, 98–102.
  2. Santos, T. G., Giovanelli, J. G., Storti, L. F., & Brasileiro, C. A. (2010). Geographic distribution extension in Brazil. Check List, 6(2), 253–254.
  3. Heyer, W. R., & Heyer, M. M. (2004). Leptodactylus furnarius Sazima and Bokermann, Cerrado Oven Frog. Catalogue of American Amphibians and Reptiles, 785, 1–785.5.
  4. Filho, J. C. O., & Giaretta, A. A. (2008). Reproductive behavior of Leptodactylus mystacinus with notes on courtship call of other Leptodactylus species. Iheringia, Série Zoologia, 98(4), 508–515.
  5. Frost, D. R. (2019). Amphibian Species of the World: an Online Reference http://research.amnh.org/herpetology/amphibia/index.html.
  6. Kopp, K., Signorelli, L., & Bastos, R. P. (2010). Diversidade de modos reprodutivos no Parque Nacional das Emas. Iheringia, Série Zoologia, 100(3), 192–200.
  7. Morais, A. R. D., Signorelli, L., Gambale, P. G., et al. (2011). Anfíbios anuros associados a corpos d'água no sudoeste de Goiás. Biota Neotropica, 11(3), 355–363.

  8. Valdujo P. H., Silvano D. L., Colli G., & Martins M. (2012). Composição e padrões de distribuição de anuros no Cerrado. South American Journal of Herpetology, 7(2):63–78.

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