Família Leptodactylidae
Rãs

Rã-de-bigode-robusta

Leptodactylus mystacinus

(Burmeister, 1861)

Comum
Mata de Galeria
Ocorrência
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez

Leptodactylus mystacinus é uma espécie de porte médio a grande, com corpo robusto, que pertence ao grupo fuscus. Seu nome vem do grego mystax, que significa lábio superior ou bigode — referência à faixa clara que cobre o lábio da maioria dos indivíduos, dando a aparência de um bigode. Machos e fêmeas podem ser diferenciados pelo focinho mais achatado e pela ausência de asperezas nos polegares e no peito dos machos adultos. É uma espécie noturna e territorialista , que prefere o solo (microhábitat) de áreas brejosas com vegetação herbácea próximas a corpos d’água parados. Também já foi observada em simpatria com Leptodactylus fuscus. Associada a áreas abertas e bordas de mata, vocaliza nas margens ou nas proximidades de lagoas. Os machos constroem câmaras subterrâneas para ovoposição em ninhos de espuma. É frequentemente encontrada em ambientes alterados, como pastagens, poças ao lado de estradas e plantações de eucalipto. Possui ampla distribuição: desde o leste dos Andes, passando por Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai, até o Brasil — desde o sul da Amazônia até o litoral do Sudeste e Sul. É uma espécie comum no estado de Goiás.

Onde encontrar

Você pode encontrar o Leptodactylus mystacinus à noite, em áreas abertas ou nas bordas de matas, especialmente próximas a lagoas e brejos. Os machos costumam vocalizar nesses locais e podem ser ouvidos com facilidade. Também são encontrados em ambientes modificados pelo ser humano, como pastagens e estradas.

Diagnose

A espécie pode ser reconhecida pela coloração dorsal em tons vívidos de amarelo-dourado e vermelho, com pequenos pontos pretos esparsos. Não apresenta linha vertebral nem faixa suborbital. Possui faixas dorsolaterais pretas que vão da região inguinal até a altura do tímpano. Apresenta uma faixa labial branca que passa pela região inferior do tímpano até o braço, e, logo acima, uma faixa preta que se estende da ponta do focinho, passando pelos olhos e pela membrana supratimpânica, até os ombros. Pode apresentar até dois pares de pregas dorsolaterais longitudinais, contínuas ou descontínuas. A lateral do corpo possui padrões bem definidos de pontos e listras pretas, além de glândulas irregulares. As tíbias têm grânulos brancos. A cabeça é relativamente curta, o tímpano é grande e a membrana supratimpânica é bem visível até a região do ombro.

Curiosidades

  1. Cuidado parental

    Foi registrado comportamento de cuidado parental com os ovos, provavelmente realizado pelos machos. Esse comportamento pode representar um gasto considerável de energia, algo raro entre anuros.

Referências

  1. Heyer, M. M., Heyer, W. R., Spear, S. & Sá, R. O. (2003). Leptodactylus mystacinus. Catalogue of American Amphibians and Reptiles, 767, 1–11.

  2. Rossa-Feres, D. C. & Jim, J. (1996). Distribuição espacial em comunidades de girinos na região de Botucatu, São Paulo (Amphibia: Anura). Revista Brasileira de Biologia 56(2), 309–316.

  3. Toledo, L.F . & Haddad, C. F. B. (2003). Distribuição espacial e temporal de uma comunidade de anfíbios anuros do município de Rio Claro, São Paulo, Brasil. Holos Environment, 3(2), 136–149.

  4. Zina, J., Ennser, J., Pinheiro, S. C. P., Haddad, C. F. B. & Toledo, L. F. (2007). Taxocenose de anuros de uma mata semidecídua do interior do Estado de São Paulo e comparações com outras taxocenoses do Estado, Brasil. Biota Neotropica 7(2).

  5. Oyamaguchi, H. M. (2006). Distribuição espacial e temporal de espécies simpátricas de Leptodactylus do grupo fuscus em áreas naturais e antrópicas na região de Itirapina e Brotas, sudoeste do Brasil. Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo.

  6. Giaretta, A. A. & Oliveira-Filho, J. C. (2006). Leptodactylus mystacinus (shovel-nosed frog). Parental care. Herpetology Review, 37(2), 204–205.

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